Sabemos que a família é uma unidade essencial em nossa vida e  que acompanha a formação e o desenvolvimento do ser humano. Uma família é composta por pessoas que estabelecem entre si profundas ligações emotivas, que são naturalmente complexas e diferentes ao longo da vida e muitas vezes unem várias gerações, podendo possuir elementos que, não tendo ligação biológica com a família, são afetivamente muito importantes no enredo das relações familiares.

Então você procura seu filho (a) no quarto e ele (a) não está mais lá. No momento das refeições você coloca o prato dele (a) no lugar de sempre, muitas vezes até sem se dar conta que não precisa mais. Contudo vem as lembranças e um misto de sensações e emoções como: tristeza, solidão e saudades são alguns sentimentos relatados por muitos pais ao se depararem com essa experiência conhecida como a “Síndrome do Ninho Vazio”.

E você já ouviu falar nesse termo ou conhece alguém que já passou por essa experiência?

Atualmente a saída dos filhos de casa tem acontecido cada vez mais tarde, e um dos principais fatores é devido à dificuldade dos jovens de  atingir estabilidade financeira que os permitam a isso. Entretanto, a autonomia dos filhos é inevitável, independentemente dos motivos para que tal aconteça, como a entrada no ensino superior, entrada no mercado de trabalho, a busca por sonhos/objetivos e o  estabelecimento da sua própria família, etc. Quando tais acontecimentos ocorrem, é  necessário um movimento de adaptação por parte de todos os envolvidos do sistema familiar.

Na realidade diria que é um momento em que a família precisa se reajustar diante do novo, mas também diante do inevitável. Assim, o sistema familiar terá de reconstruir a sua dinâmica relacional perante aos novos desafios. Neste sentido é fundamental que os pais tenham uma atitude facilitadora neste processo, para que os filhos possam construir sua autonomia e independência.  

Com a partida dos filhos podem surgir sintomas físicos e mentais tanto nas mães como nos pais e isso independe de quem passou mais tempo com o filho durante o seu desenvolvimento. Essa é uma fase da vida do casal que pode causar vazio, tristeza, sentimento de culpa, entre outros sintomas ocasionando impactos na rotina  e na relação do casal, podendo até levar a uma depressão.

Algumas famílias lidam com a saída dos filhos como um momento de maior liberdade, principalmente para o casal, pois agora é possível realizar alguns projetos e sonhos que estavam em standby. Claro, ainda sim, todos os membros da família, são afetados de alguma forma. É um momento em que cada um encontrará sua própria maneira de funcionar de maneira individual e grupal. 

Síndrome do ninho vazio x Novas possibilidades.

O casal precisa lembrar que essa é uma fase importante para o filho, neste momento ele (a) estará construindo seu futuro e o apoio de seus pais fazem com toda certeza uma diferença enorme nesse novo capítulo de sua vida. E ao casal aproveitem esse momento para descansar, viajar e realizar projetos e sonhos que ainda não conseguiram realizar devido a rotina de trabalho e criação dos filhos.

Com os filhos saindo da casa dos pais, a sua relação tende a mudar, agora é uma relação de adulto para adulto, cada um agora passa a desempenhar papéis de autonomia e  independência na nova dinâmica familiar. 

A família é um sistema em constante transformação e que se adapta às diferentes exigências das diversas fases do seu ciclo de desenvolvimento, assim como às mudanças e solicitações sociais com o fim de assegurar a continuidade e o crescimento psicossocial dos seus membros. Esta continuidade e crescimento desenvolvem-se através de um equilíbrio dinâmico entre duas funções: a tendência homeostática e a capacidade de transformação, isto é, circuitos retroativos agem através de um mecanismo de feedback em direção à manutenção da homeostasia (retroação negativa) ou em direção à mudança (retroação positiva). (Andolfi, 1995)

Algumas famílias apresentaram mais dificuldades para conseguir lidar com tais mudanças é, claro precisaram de ajuda de um profissional para aprender a conviver com essa nova fase de suas vidas. A terapia familiar é uma ótima alternativa para que a família possa aprender a respeitar, compreender e negociar determinados assuntos que são tidos como conflituosos. 

Assim o terapeuta familiar tem a função de mediar os conflitos que a família traz para o processo psicoterapêutico para que os membros consigam  resolver seus conflitos, possivelmente chegando a acordo benéfico às partes envolvidas.

A terapia familiar  pode ajudar vocês a conquistarem um relacionamento mais saudável.

Gostou do Artigo? Compartilhe com outras pessoas.  

Sinta-se à vontade para comentar e falar da sua Experiência acerca do Tema. Responderei assim que possível.