O casamento perfeito não existe!

O casamento é um marco, momento único e especial na vida do casal. A idealização perfeita começa lá no namoro quando se começa a projetar a vida a dois. Quem nunca idealizou ou fantasiou viver um romance de conto de fadas? Somos condicionados já na infância e crescemos assistindo às histórias infantis dos contos de fadas, nosso cinema e novelas mostram-nos romances perfeitos, ou seja, a nossa cultura tem um forte poder de influenciar-nos à busca do amor romântico perfeito.

Cuidado! Isso mesmo, primeiro não existe relacionamento perfeito, porque nós que constituímos a relação não somos perfeitos. Na realidade, o individuo que busca essa perfeição acaba adoecendo e tendo muitos conflitos consigo e com o mundo; a frustração e a tristeza certamente estarão presentes nesses casos. E o relacionamento começa a ficar fragilizado por causa da busca de uma perfeição que não existe e a vivência do agora vai se esvaindo.

Você já ouviu falar do Amor Romântico?

Segundo Navarro (2017) “as características do amor romântico parecem bastante claras: você idealiza a pessoa amada e projeta nela tudo o que gostaria que ela fosse. Atribui a ela características de personalidade que não possui. Não se relaciona com a pessoa real, mas com a inventada de acordo com as próprias necessidades. Por isso esse tipo de amor não resiste à convivência diária do casamento, cuja excessiva intimidade torna obrigatório enxergar o parceiro como ele é, não deixando espaço para que a idealização possa se sustentar.”

O amor romântico, esse amor idealizado, na realidade, é um poço de expectativas que não se cumprem e podem causar muito sofrimento. Sabemos que todo e qualquer relacionamento passa por fases e em cada uma, o casal terá que enfrentar novos desafios. Costumo dizer que estar num relacionamento é se permitir aprender com o(a) seu(sua) companheiro (a) diariamente. Lembrem-se, vocês não são aquele casal do início da relação e que bom, não é mesmo? O fato é que estamos em constante mudança e atualização caracterizando o processo de crescimento e amadurecimento do casal.

Se você imagina ou fantasia que o seu cônjuge vai lhe completar, que nada irá faltar, certamente esse é o caminho mais rápido para a decepção. Na convivência a dois é impossível não se deparar com aspectos que nos desagradam no outro. Na realidade, agora você começa a ver o eu real do seu cônjuge e você pensa “essa não é a pessoa que conheci”. Na verdade, é a mesma pessoa, mas no começo você não conseguia enxergar, porque estava extremamente apaixonada(o) e não conseguia visualizar os defeitos dela(e).

Outro fator importante na convivência de um casal é que haverá momentos que cada um terá suas próprias necessidades e, nesse movimento, é importante compreender que não é função do seu cônjuge atender às suas necessidades e expectativas. Haverá questões que é de cada indivíduo e as questões do casal, quando ambos entendem isso, a relação tende a fluir mais saudavelmente.

O casamento, como já mencionado, passa por fases e em cada fase vocês precisam se permitir aprender com os novos desafios e para lidar com a rotina é necessário haver diálogo e escuta efetiva para que vocês consigam chegar aos novos acordos e negociações que agora fazem sentido na relação, uma vez que as negociações no início da relação já não são cabíveis hoje.

Então vamos a algumas dicas importantes para a manutenção saudável da relação diante da rotina do casal:

Invistam no diálogo – sem ele é impossível manter a saúde da relação. Lembrem-se, tudo é questão de diálogo e passa por ele.

Cuidado ao criticar seu cônjuge e não fazer sua autocritica – As pessoas dificilmente reconhecem suas falhas e erros que cometeram ou cometem. Quando reconhecemos e nos apropriamos de nossas qualidades e defeitos, conseguimos melhorar a relação conosco e com o outro.

Cuidado com a expectativas – Não é função do seu cônjuge suprir suas expectativas e necessidades, como também não espere que ele(a) mude de comportamento se não for do seu desejo.

Cuidado com a discussões – Uma discussão, quando algo não vai bem na relação, não é sobre quem tem mais razão e está certo, mas o que é melhor para ambos e como podem resolver com respeito e responsabilidade afetiva.

Perdoem-se – Praticar o autoperdão e perdoar o outro é um movimento de sabedoria e de maturidade. Lembrem-se de que numa situação ou outra que vocês vivenciaram talvez a forma como cada um agiu foi como conseguiram. Mas agora vocês estão mais maduros, então perdoem-se.

Não esqueçam de se elogiar –Sabemos que no início do relacionamento é comum o casal ser mais compreensivo e dedicado um ao outro. Ficam mais atentos às qualidades um do outro e valorizam mais. Contudo, depois que o relacionamento passa dessa fase inicial, alguns casais “relaxam” e se “esquecem” de notar e de dar importância àquilo que o(a) parceiro(a) “faz de bom”. Cuidado! Se elogiem e se validem, isso faz uma diferença enorme na relação.

A convivência a dois não é fácil e não é como as histórias dos contos de fadas. Acredite! Uma rotina a dois exige paciência, compreensão, afeto, amor, respeito, dedicação e a vontade de querer dar certo, e juntos, trabalharem para se manter numa relação saudável.

Permitam-se construir a história de vocês com a sensibilidade de compreender que não existe casamento perfeito, mas sim, inúmeras possibilidades de aprendizados através de suas experiências que é possível sim, ter uma relação saudável mesmo com suas imperfeições. E está tudo bem.

E você, busca uma relação perfeita, aquela de contos de fadas? Cuidado! Ela não existe…

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Esse texto é de caráter informativo, caso você esteja passando por algum desses conflitos no seu relacionamento, permita-se buscar um psicólogo especialista em terapia de casal para lhe ajudar a lidar com tais questões.

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Psicológa Gilmara Souza

Começo dizendo para você que está aqui e agora que Amo o meu trabalho e o realizo com Amor, Dedicação e Respeito. A minha função como profissional e cidadã é lhe ajudar a Viver melhor.

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